16 de Dezembro de 2020
Médicos, enfermeiros e demais funcionários lutam diariamente contra um mal comum, a Covid-19
Incertezas cercam essa nova doença que vem vitimando muitas pessoas no mundo. Sempre pensando em salvar vidas, o Hospital Norte do Paraná (HONPAR) é referência para este atendimento e hoje vem recebendo os pacientes infectados pelo coronavírus da região. Com atendimento humanizado, as equipes do hospital vêm se dedicando ao máximo e com toda segurança. Vale ressaltar que todos os atendimentos de casos suspeitos são feitos numa ala isolada e exclusiva para esses pacientes, batizada de “Ala Verde”. Neste momento visitas não são permitidas, os familiares recebem as informações por telefone e também pelas janelas da Rua Rendeira, quando podem ver de longe, os pacientes que estão internados.
A médica chefe do pronto-socorro do HONPAR, Cíntia Vasconcelos, destaca que existe todo um protocolo no atendimento aos casos confirmados e também aos que são suspeitos. “A partir do momento em que o paciente chega no pronto-socorro com uma síndrome gripal com febre e ninguém sabe o que está acontecendo, ele vai para uma área isolada que não é ainda a ala exclusiva Covid-19, só após o exame estar pronto e confirmado o caso que ele é conduzido para o isolamento. Lembrando que nem todos os casos são internados, só quando é um caso mais sério” - comentou.
As mudanças não ficam limitadas apenas na parte estrutural, mas também a relação médico e paciente que já não é mais a mesma. A médica conta que isso mudou muito, principalmente na ala verde. “Nós da equipe médica, de enfermagem e também o pessoal da limpeza que atuam nesses setores tivemos uma mudança radical na forma de trabalho. Todos receberam proteção, são máscaras, protetores faciais e aventais, é a primeira vez que o paciente não vê o nosso rosto, não sabe quem está ali prestando o atendimento. Tem paciente que ficou dez dias sem ver nossa face, isso nos tocou tanto que pretendemos fazer um crachá com fotos nossas sorrindo para que eles saibam como nós somos”.
A diretora da enfermagem, Elza Lara Bezerra, destaca que hoje o principal desafio das equipes é enfrentar o medo. “Temos medo por ser algo novo e que nunca foi visto, mas estamos aprendendo muito também e tendo mais resiliência em aceitar o processo de mudança que é extremamente necessário, aceitar o diferente que é muito difícil e trabalhar algumas questões internas do próprio profissional e a valorização da vida, muitos conceitos estão sendo revistos”.
Todas as equipes estão recebendo atendimento psicológico para enfrentar a missão. Uma rotatividade dos profissionais vem sendo feita pela instituição mensalmente. A higienização vem sendo feita com muito rigor e cuidado, como contou a supervisora do setor, Silvânia Andre. “O hospital é dividido em áreas críticas, que são aquelas que oferecem maior risco de contaminação, áreas semicríticas com menor risco e áreas não críticas que teoricamente não apresentariam risco. Selecionamos um grupo de profissionais da higienização para trabalhar exclusivamente na Ala Verde, setor de internamento dos pacientes com a Covid-19. Todos receberam treinamento e equipamentos de proteção”, disse a profissional.
O presidente do HONPAR, Umberto Tolari, revela que para se criar a nova ala um investimento foi realizado com recursos próprios. Tolari pede ajuda da população para que os serviços sejam mantidos. “Estamos tendo dificuldade para conseguir comprar os produtos, pois muitos deles estão em falta no mercado. As doações são de suma importância, tanto em dinheiro quanto em produtos como o álcool 70% que já é utilizado na nossa rotina, mas que aumentou o uso nessa pandemia”.
Desde a implantação da Ala Verde em março de 2020, o Honpar já atendeu 63 pacientes de Arapongas e região infectados com a Covid-19.