20 de Outubro de 2016
Oncologia - O Câncer - Especialidades - HONPAR - Hospital Norte do Paraná
É responsável por 4 milhões de mortes por ano em todo mundo. Sua causa, entretanto, permanece desconhecida.
Os dados epidemiológicos coletados nos últimos 50 anos nos mostram a estreita relação entre estilo de vida, fatores ambientais e o surgimento do câncer.
Recentes avanços em biologia molecular aumentaram o nosso entendimento do processo da carcinogênese e sua interrelação com fatores ambientais e genéticos. A prevenção é a principal arma que dispomos para interferir neste complexo fenômeno da carcinogênese e impedirmos o aparecimento do tumor.
Sendo eficaz, certamente levará a diminuição da incidência de câncer e sua conseqüente mortalidade.
IDENTIFICAÇÃO DOS FATORES DE RISCO
A identificação e o controle de fatores responsáveis pela iniciação e/ou promoção do processo da carcinogênese é muito importante, já que o longo período de tempo entre a iniciação e a invasão oferece uma grande oportunidade para a prevenção.
Na Prevenção Primária, pode-se interferir basicamente de 3 maneiras:
1. Eliminação de agentes causais
Controle do Tabagismo: o fumo é responsável por 30% de todas as mortes por câncer. Estima-se que 1,5 milhões de mortes/ano estão relacionadas ao hábito de fumar. O controle do tabagismo representa a maior forma de prevenção primária do câncer.
Controle Nutricional: alterações do hábito alimentar também poderão influenciar positivamente na prevenção do câncer. A redução dos altos teores de gordura e o aumento na ingestão de fibras nas dietas, assim como controle de peso são fatores importantes. Algumas regras básicas:
2. Cirurgias profiláticas
A cirurgia profilática é considerada quando o risco é extremo e a detecção precoce da doença não é possível ou não afeta o seu curso. Por exemplo, indivíduos com história de polipose familiar são rotineiramente aconselhados à colectomia total profilática quando adulto jovem porque existe risco crescente de aparecimento de câncer de cólon e reto. A retirada de pólipos intestinais em indivíduos sem risco maior previnem o aparecimento de câncer de cólon; nevos displásicos são removidos para evitar sua progressão a melanoma. Assim, toda lesão pré-maligna ou in situ é removida cirurgicamente.
Indicações de ooforectomia e mastectomia profiláticas permanecem controvertidas como forma absoluta de evitar o aparecimento do câncer. A introdução de marcadores genéticos em muito ajudará esta decisão.
3. Uso de compostos farmacológicos (quimioprevenção)
Os agentes quimiopreventivos alteram a história natural das lesões pré-cancerígenas interferindo em alterações bioquímicas que ocorrem em fases muito precoces do desenvolvimento dessas lesões.
Tanto a iniciação como a promoção tumoral são pontos estratégicos para a quimioprevenção. Os retinóides são os agentes mais estudados neste campo.
Outros estudos importantes estão em curso para determinar o seu real valor na quimioprevenção: tamoxifeno em mulheres com alto risco para câncer de mama, finasteride em homens com alto risco para câncer de próstata e ácido acetil salicílico na prevenção de câncer de colo uterino.