A complexidade do funcionamento de um hospital é um desafio gigantesco. Os cuidados com a saúde exigem conhecimento, dedicação, higiene e afeto. É impossível salvar vidas sem empatia e a oferta de uma mão amiga. A força das mulheres nessa tarefa é única e poderosa, e precisa ser lembrada por ocasião do Dia Internacional da Mulher. No Hospital Norte Paranaense (Honpar), em Arapongas, somente na enfermagem, com seus 360 profissionais, as mulheres ocupam 89% dos postos.

Elza de Lara Bezerra, diretora de Enfermagem da instituição, ressalta a sua equipe cheia de orgulho. “São mulheres fortes, guerreiras e muito, mas muito, dedicadas e comprometidas com sua profissão. Nos colocamos no lugar do outro, aprimoramos o conhecimento científico, habilidades técnicas. Utilizamos comunicação assertiva, mas também seguramos nas mãos dos pacientes e sabemos ouvir”, diz.

A força do trabalho é provada com a presença física na proximidade dos leitos: uma jornada de 40 horas semanais, seja durante o dia ou noite e 44 horas na gestão da assistência. Exaltar esse esforço pode ser, por muitas vezes, algo simples, como dizer um “muito obrigado”, oferecer um abraço, um sorriso. Escutar o que as profissionais da enfermagem têm a oferecer sempre será bem-vindo e com poder de auxiliar nos cuidados pela vida. “Desejamos ter respeito. Na enfermagem, os técnicos estudam dois anos e os enfermeiros cinco anos. Ao longo da vida profissional, continuam estudando e se especializando. As mulheres devem sempre ter os mesmos direitos que os homens”, lembra Bezerra.

O período da pandemia da Covid-19 foi ainda mais desafiador para todas essas mulheres que precisaram deixar suas famílias para se dedicar exclusivamente a outras. Elas se isolaram para não colocar as pessoas próximas em risco e ainda precisaram enfrentar o medo pela saúde delas próprias. “Muitas de nós fizemos duplas e triplas jornadas de trabalho para poder complementar a renda familiar. Também sofremos com as perdas dos pacientes e, muitas vezes, nem podemos chorar”, expõe a diretora sobre a humanidade das profissionais.

O presidente do Honpar, Dr. Umberto Tolari, enaltece a equipe que transforma a vida de famílias de mais de 150 municípios, sendo que mais de 80% dos pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Essa é uma força pela qual precisamos ser gratos diariamente. Sempre que nos aproximamos de um de nossos 250 leitos, seja na UTI, nas enfermarias ou apartamentos, observamos a sensibilidade feminina ofertada em prol da vida. São 20.400 atendimentos e 7.800 procedimentos cirúrgicos por ano. É incontável o volume de atenção dedicada aos pacientes. O Honpar é excelente, em grande parte, pelo grupo de profissionais que estão na linha de frente. Às nossas colaboradoras, nosso muito obrigado”, conclui.