01 de Novembro de 2025
O mês de novembro, conhecido por sua campanha de conscientização masculina, traz à tona um tema de grande relevância para a saúde dos homens: o câncer de próstata. Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Câncer (INCA) mostram que, no Brasil, são estimados 71.730 novos casos por ano dessa doença no triênio 2023-2025, o que corresponde a cerca de 30% dos tumores malignos em homens, sem contar o de pele não-melanoma.
Na região Sul, a taxa estimada de incidência é de 57,23 casos por 100 mil homens.
Diante desse cenário, o médico urologista Matheus Fernandes Cassitas, especialista em urologia do Hospital Norte Paranaense (HONPAR) e preceptor da residência de urologia da instituição, alerta para a importância de não adiar a consulta e fazer exames indicados o quanto antes.
Por que esse tema exige atenção
Apesar de o Sul registrar uma taxa de incidência ligeiramente menor do que regiões como o Sudeste, os números permanecem expressivos. O câncer de próstata é o tumor mais comum entre os homens depois do de pele (não-melanoma).
Além disso, muitos casos são silenciosos em fase inicial, ou seja: não há sintomas visíveis até que a doença avance. Daí a relevância da conversa, da consulta, dos exames de rotina.
“Muitos homens aguardam o surgimento de sintomas para procurar o médico. Só que, quando isso acontece, as opções para tratamento podem ser mais limitadas.”
Segundo o especialista, os dois exames mais comuns para avaliação da próstata são o PSA (antígeno prostático específico) e o exame de toque retal. “Não se trata de algo doloroso ou demorado, mas é importante não deixar para depois”, explica Cassitas.
Ele orienta que para homens sem fatores de risco adicionais, a primeira avaliação pode acontecer por volta dos 50 anos. E se houver histórico familiar de câncer de próstata ou raça negra, convém antecipar para perto dos 45 anos.
“Não espere sentir algo para buscar o médico, a doença pode estar presente e silenciosa.”
Vale lembrar que o INCA destaca que o rastreio regular deve ser avaliado com o médico, sob o olhar de riscos e benefícios.
Entre os fatores que aumentam a probabilidade de desenvolver câncer de próstata estão:
- Idade: maior incidência após os 50 anos;
- História familiar de câncer de próstata em pai ou irmão;
- Raça negra;
- Obesidade e sedentarismo.
Quanto aos sinais de alerta, embora em fases iniciais a doença possa não dar indícios, atenção aos seguintes sintomas: jato urinário fraco, necessidade de urinar com frequência (especialmente à noite), sangue na urina ou no sêmen, dor persistente na região pélvica ou óssea.
Os hábitos saudáveis como alimentação equilibrada, atividade física regular, evitar tabagismo, auxiliam na prevenção da doença.
“Esses cuidados não garantem que a doença não apareça, mas ajudam bastante na manutenção da saúde”, conclui o urologista.